segunda-feira, 27 de junho de 2011

O tal do cachorrinho


Como disse no texto anterior, as pessoas estão tentando superar a solidão adotando um cachorro. Os que me conhecem sabem, eu, de natureza, não me entendo muito bem com eles, os cachorros. A melhor visão possivel deles para mim, além da fotografia, é do outro lado da rua, o mais longe possível. Mas esta tal de carência afetiva está fazendo com que as pessoas encarem estas coisinhas chatas, até como filhos...muitas senhoras daquelas mal amadas, chamam seus peludos de filhinho e se dizem mães deles....." Vem com a mamãe vem!!!!"

Quando mudei para meu primeiro endereço na Cidade Nova, a minha vizinha de frente tinha um destes poodle preto que, acredito que pelo faro, já sabia que eu não gostava dele. Bastava eu entrar no portão do prédio para ele começar a latir. Eu, particularmente, sou contra cachorros em apartamentos, creio que seja uma falta de respeito com os vizinhos que têm que aguentar aquela merda latindo o dia inteiro e até mesmo uma sacanagem com a limitação do espaço deles. Se pudesse sugerir uma lei federal, proibiria cães em prédios residenciais.

Esta minha vizinha, era uma professora de escola pública aposentada, feia, gorda e sem dinheiro para fazer uma plástica "para melhorar a coisas". O melhor companheiro que ela podia arrumar era aquele poodle. Um dia, ao abrir a porta para sair, aquele infeliz entrou dentro da minha casa correndo e visitou todos os comodos sem minha autorização. Já estava preparando para enfiar o pé no desgraçado quando ouvi a voz da vizinha;



...Carlinhos...volte aqui na mamãe já!
...Que coisa feia invadir assim a casa de nosso novo vizinho!!
...E olhando para mim disse, não repara não, ele é um menino muito travesso!
...E eu pensei.."menino travesso!!!" Que isto!!! eu tenho medo de ficar assim!
...Pegou o Carlinhos no colo e disse.."comprimenta nosso vizinho novo"
...Quase olhei para o cachorro e disse "au, au para você também" mas preferi não dar trela para a vizinha.

Depois ela soltou o "carlinhos" no chão e ele ficou me cheirando e me olhando com aquela cara de.." que que é??? tá me encarando por que???...vou mijar na sua perna heim!!!" . Eu aproveitando que a vizinha estava de costas fechando a porta, pisei, sem querer!!! na pata do pulguento. Gritaria do carlinhos,... a vizinha pegou seu nenem no colo e me olhou feio como quem olha na cara de quem agrediu seu filhinho.

Aproveitei a deixa e marquei meu território, olhei bem fundo nos olhos do carlinhos e mentalizei...não chega perto de mim não, se chegar vai ganhar porrada. Aproveitei e disse para a "mamãe" dele;

...Olha, vou dizer uma coisa para senhora...eu odeio cachorros!
...Então, já que estamos começando uma relação de vizinhos, mantenha o "carlinhos" bem longe de mim, assim seremos felizes para sempre. Se ele chegar perto, eu tenho uma reação automática na perna que não consigo controlar....ela não pode ver um bichinho destes que fica doidinha querendo chutar...é uma menina muito travessa também!
A professora pegou "carlinhos" no colo e saiu dizendo..."vamos embora, mamãe não quer você brincando com este moço feio viu!!!

Daí para frente meus futuros problemas com "carlinhos" foram resolvidos. Toda vez que eu me aproximava, a "mamãe" recolhia seu filho ao colo.

Mas este negócio  de "cachorrinho" já esta enchendo o saco. Não bastasse a grande quantidade, o cachorro também virou uma espécie de afirmação, para aqueles babacas que desfilam sem camisa nas ruas exibindo o físico marombado, acompanhados de seus Pitbulls sem fucinheira e para as mulheres que competem na forma de vestir, embelezar e até mesmo adornar seus animais. ...É cada coisa que se vê!.... Tem cachorro que é tão descaracterizado que você não consegue identificar a raça. Reza a lenda que cada cão destes tem a cara do seu dono, mas as vezes a coisa fica ridícula!

Não sou contra as pessoas terem seus "amiguinhos" mas os que não têm  e não gostam destas pragas, não podem ser incomodados. As pessoas precisam entender que existem limites e eles precisam ser respeitados. Que tenham seus cachorros, mas que tenham a educação e civilidade de apanharem as "cacas" no chão, que não ponham eles nas janelas a esgoelar um latidinho irritante as sete da manhã, que usem as fucinheiras quando estiverem caminhando e que principalmente os mantenham bem longe de mim!

 Hoje quando se faz uma caminhada, dependendo do local, você tem que ficar  com um olho virado para baixo para não pisar em cocô de cachorro e outro virado para cima para não ganhar uma cagada de pombo! Tá foda!

 Ah!!! os pombos!!! Isto merece um outro texto!

Um comentário:

  1. Caro Júlio só pra te consolar até mesmo quem mora em casa e não em ap. sofre com essas pragas...como é meu caso.Haja visto o inigualável aroma das cacas desses bichos que infestam minha residência, acho que o vizinho é tão animal quanto os seus bichos de estimação...

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