Semana passada, dois ex-alunos me chamaram no facebook e orkut me pedindo opinião sobre os seguintes assuntos:
O primeiro me pediu orientação sobre como se portar durante uma entrevista de emprego, segundo ele, "faço uma série de entrevistas e não passo em nenhuma!!!!". Indiquei uma profissional, amiga minha, especialista em preparar as pessoas a se comportar nestas situações, ensinando aos candidatos a dizer "o que os entrevistadores querem ouvir", como se vestir e qual a postura adequada de sentar-se para uma entrevista. Eu, particularmente, acredito que as empresas se iludam muito com o comportamento "treinado" dos candidatos e acabam" comprando gato por lebre"
A segunda me perguntou o que eu achava dela fazer uma nova graduação, pois gosta muito da área de comunicação, mas enquanto estava estudando não fez nenhum estágio e até então, alguns anos depois de formada, não tinha conseguido trabalhar na área. Eu disse que se fosse simplesmente para arrumar um estágio, não valeria a pena, a não ser que ela entendesse que o curso que fez não teve nenhuma utilidade. Ela me respondeu que realmente o curso não lhe foi útil em nada.Eu, como professor dos dois, confesso que fiquei frustado pensando em qual seria minha parcela de culpa nestes fatos. Evidente que nem todos alunos tem as mesmas características e nem todos conseguem aproveitar um curso, nas mesmas proporções que os demais, mas mesmo tendo vários ex-alunos bem colocados no mercado e com relativo sucesso, ouvir um aluno que frequentou sua sala de aula, dizer que o curso não lhe serviu de nada é até mesmo....digamos...brochante!!!!
Coincidência ou não, assistindo, nesta segunda 24, ao Jornal Hoje da Rede Globo, foi veiculada uma matéria que básicamente dizia o seguinte: "uma empresa vem tentando a oito meses preencher uma vaga de estagiário. Já entrevistaram, neste período, 8.320 (oito mil trezentos e vinte) candidatos. Um dos principais testes é um ditado de 30 palavras, como por exemplo (exceção, majestoso, seiscentos e desajeitado). Somente 1,9% dos candidatos acertaram todas as palavras, 48% erraram todas. Mesmo assim os que conseguiram passar foram reprovados no comportamento, excesso de gírias, formas de se vestir e postura dentre outros detalhes".
Confesso que me senti mais aliviado. Reza a lenda que se você ler, 50 livros, seus pensamentos, sua linguagem, sua forma de escrever e de se comunicar e até sua forma de entender o mundo mudam inteiramente e para melhor. Porém, quando você pergunta a uma turma de, em média 30 alunos, quantos lêem um livro, uma revista semanal ou até mesmo uma folha de jornal, um ou dois levantam o braço.Infelizmente a preferencia atual são os orkuts, facebooks e twitters onde informações importantíssimas como por exemplo "quem tá pegando quem"..ou "quem deve ser eliminado no BBB"..ou frases filosóficas de uma profundidade imensa tipo ..."o amor é tudo...sem o amor o tudo é nada!!!" são trocadas diáriamente. Não sou contra as mídias sociais, pelo contrário uso bastante, mas arrumar um tempinho para uma leitura ajuda muito, principalmente em momentos cruciais como uma entrevista de emprego!
Como sempre digo aos meus alunos, o professor não julga ninguem em sala de aula, o julgamento quem faz é o mercado na hora deste aluno reivindicar uma vaga!
